sábado, 1 de maio de 2010

“O SAL QUE NÃO QUERIA SER SAL”.

“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens”. Mateus 5:13

1 - Introdução

Que importantes verdades se escondem por traz dessa importante revelação feita por Jesus Cristo aos seus discípulos?

O sal é importantíssimo no controle das funções orgânicas, pois participa da condução dos impulsos e comandos nervosos, interligando os neurônios e permitindo o fluir da corrente elétrica nos nossos organismos. Apelidado pelos químicos de Cl-Na é chamado de Sal de Cozinha, e as mulheres tem o hábito de quantifica-lo por uma unidade de medida que não existe em química, que é a tal de "PITADA". O Sal está ausente nas pessoas desengonçadas, e desajeitadas, que são chamadas de "SEM-SAL". Também leva o seu nome nas anedotas impróprias que são chamadas "SALGADAS", e também nos preços elevados dos serviços e ou bens, que são chamados de “Salgados”. O cloreto de sódio não perde as suas propriedades. Mesmo que diluído, vai exercer suas propriedades sob outra forma, e, se evaporado, volta à sua forma anterior. As mutações do cloreto do sódio dependem de como ele reage às situações em que é exposto, e dessas reações, obtém-se outros sais, inclusive alguns extremamente tóxicos e poluente do meio ambiente, contudo, não deixa de ser uma derivação da matéria prima principal.
Assim como o Sal (cloreto de Sódio) não perde as suas propriedades, os chamados e escolhidos por Deus também não deixam de ser “Sal da Terra” (por mais que insistam em não ser). Pedro, por exemplo, quando Jesus estava sendo julgado pelas autoridades romanas, procurava passar por desconhecido, infiltrado no meio da multidão, mas sempre alguém o reconhecia: “Não és tu um deles?”.
Importa, portanto, analisarmos como temos reagido ao chamado de Deus, e como temos interagido com as situações a que somos expostos.

2 - O sal que não quer salgar

1Pedro 2.9. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”

Se não bastasse o “vós sois” de Jesus, o ex negador Pedro, depois de passar por um processo de reação que restituiu as propriedades do “sal” que Deus desejava que ele fosse, faz a mesma revelação aos seus interlocutores, somente que mais ampliada e profunda, deixando claro o motivo da chamada, que é a nossa missão: Para proclamar as virtudes (do sal). O exemplo de Pedro, é típico de “sal” que após ter interagido com a sua realidade, e ter passado pelos mais variados processos da “química da vida” e da “química espiritual”, passou também pelo processo reação ao “química do amor divino transformador”, e se tornou o “sal” certo, na quantidade certa, hora certa e no lugar certo.
Porém, nesta oportunidade, abordaremos o exemplo daquele que ainda está reagindo às situações a que está exposto. Falaremos daquele que foi chamado para ser “sal”, mas insiste em não sê-lo. Abordaremos o exemplo que nos dá o profeta Jonas, “O SAL QUE NÃO QUERIA SER SAL”.

3 - Jonas, o teimoso

3.1.1. Jonas 1.1-2: “1Veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim”. Jonas 1.3 “Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR”.

Jonas recebeu um chamado específico: Dispõe- e vai para Nínive. Assim como Jonas recebeu um chamado específico, nós também recebemos um chamado específico. “Vós sois o Sal da Terra, vós sois nação santa, sacerdócio real, a fim de proclamardes as virtudes daqueles que vos chamou” Como temos afirmado, de forma até exaustiva, não fomos chamados simplesmente para sermos abençoados, mas sim para proclamarmos as virtudes de Deus, aquelas virtudes estampadas no sermão do monte; ou seja, para sermos o sal da terra. A ordem para nós é DISPÕE-TE.

Jonas viveu um período que Israel estava prestes a ser riscada do mapa pela Assíria. Em 2Reis 14.27, está escrito que: “...ainda não falara o Senhor em apagar o nome de Israel de debaixo do céu”. Era um tempo de extrema pobreza, o­nde não havia diferença entre escravo e livre, ou seja, a pobreza estava socializada. A grande ameaça para Israel era Assíria, cuja capital era Nínive. Era a esse povo que o profeta é instado a profetizar; a salgar; salvar. As razões que Jonas podia eventualmente alegar para sua desobediência eram razões até explicáveis, porém não justificáveis. Jonas era um homem frustrado. Jonas viveu uma época muito ruim, sob um rei que fazia o que era mal diante do Senhor (2Reis 14.24). Jonas era um profeta humano, talvez possamos dizer que era o Pedro do Velho Testamento. Jonas tinha um chamado: Ser sal em Nínive, mas ele decidiu, à revelia de Deus, não ser sal em lugar algum. Decidiu fugir do mapa. Decidiu ser chuchu em Társis. E a pergunta é por quê? Porque fugimos das incumbências que Deus nos delega? Porque rejeitamos o chamado divino para sermos sal? Porque não fazemos o nosso melhor nos piores momentos?

Há sempre um navio indo para Társis. Há sempre opções para deixarmos de lado nossa missão para sermos sal. Quem sabe, Jonas até pensou: Nossa! É a vontade de Deus. Existe, aqui, agora, um navio zarpando. Cheguei ao lugar certo, na hora certa, e com o dinheiro contadinho para pagar a minha passagem. O caminho para a perdição; para a desobediência sempre é largo e fácil. Não nos enganemos com “providências”, que, de “divinas”, não têm nada.

A Conseqüência Da Negação - Jonas 1.4. “Mas o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar”.
A fuga de Jonas põe em perigo o navio e toda a tripulação que estava nele. A desobediência de Jonas, em ser “sal” em Nínive, atrai para aquele barco conseqüências terríveis. Deus não abandona seus planos em face da dureza do coração do homem. O amor de Deus pelos ninivitas era tão grande, e sua determinação em usar Jonas naquela sua empreitada são demonstradas visivelmente nesse texto. Azarado é quem está em desobediência a Deus. Jonas 1.5: “Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente”. No convés rolava uma fervorosa reunião de oração, enquanto o “sal” da terra dormia no porão. Fugindo de Deus, recusando o chamado, o “profeta chuchu” descobre que há fé entre os pagãos. Jonas não queria ouvir e tampouco falar em Deus, mas, sobre a sua cabeça, uma tripulação toda fala em deus. Jonas roncava profundamente enquanto os idólatras oravam. Jonas 1.6: “Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus; talvez, assim, esse deus se lembre de nós, para que não pereçamos”.
Jonas perdera a vontade de viver. Estava moribundo; estressado; oprimido; angustiado; deprimido. A desobediência à vontade de Deus nos faz perder a e a vontade razão de viver. Enquanto pagãos; idólatras lutavam para viver e clamavam a seus deuses (sensíveis aos sinais da natureza), o “Sal” da terra estava sepultado no porão do Navio, sem qualquer prece nos lábios, sem qualquer atitude. Naquele momento, Jonas era o menos humano e o menos cristão de toda aquela tripulação. Muitas são as razões que podemos elencar para justificar nossa fuga para o porão do navio da vida, mas o certo é que Deus não nos quer no porão. Deus nos quer no convés, lutando para sobreviver no mar da vida, sendo o “sal da terra”, e fazendo a sua vontade. Jonas 1.7: “7E diziam uns aos outros: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas”. O “profeta fujão”, ou “chuchu”, como queiram, logo é desmascarado. Sua “fuga” e “tranqüilidade” começam a chegar ao fim. Não era mais possível se esconder, amoitar-se; enclausurar-se. Quando estamos em processo de fuga, de desobediência a Deus, não podemos dizer que levamos a bênção de Deus conosco, pelo contrário, levamos maldição. É do Pr. Caio Fábio a frase: “Homens de Deus em fuga de Deus trazem maldição aonde quer que vão”. A experiência de Jonas estampa com clareza solar e incontestável essa máxima. Jonas 1.8-10: 8Então, lhe disseram: Declara-nos, agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu? 9Ele lhes respondeu: Sou hebreu e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra. 10Então, os homens ficaram possuídos de grande temor e lhe disseram: Que é isto que fizeste! Pois sabiam os homens que ele fugia da presença do SENHOR, porque lho havia declarado.”. Sou hebreu: Meia verdade ou meia mentira é a mesma coisa. Hebreu era o povo de Israel quando estava a caminho de Canaã. O povo de Deus, após entrar em Canaã, era Judeu ou Israelita, mas não hebreu, que quer dizer “de passagem”. Em outras palavras, Jonas não queria falar a respeito da responsabilidade que deixara de cumprir; da missão que abandonara. Temo ao Senhor: A resposta sobre o seu Deus é ainda mais cínica. Como confessar servir a um Deus tão poderoso e o desafia-lo com sua desobediência? Que é isto que fizeste?: Os pagãos estavam indignados com a irresponsabilidade de Jonas. Ele tinha um Deus tremendo, mas não O temia; desafiava-O. Muitas vezes os pagãos; os católicos; os espíritas, etc..., demonstram ter mais fé e mais temor a Deus do que nós que dizemos que O conhecemos e que ousamos a dizer que é “nosso” Deus. Jonas 1.14: “Então, clamaram ao SENHOR e disseram: Ah! SENHOR! Rogamos-te que não pereçamos por causa da vida deste homem, e não faças cair sobre nós este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve”. Na tentativa de fugir de Deus, de não ser “sal”, Jonas leva a conversão àquela tripulação. Deus leva a cabo a sua vontade e intenção, e nos usa, mesmo contra a nossa vontade. É verdade, que de um modo muito mais traumático, para nós e para os que nos rodeiam, mas nos usa. “Vós sois o sal da terra; nação santa; povo de propriedade exclusiva de Deus, para manifestar as virtudes daquele que vos livrou...”.

4. Conclusão

A história do profeta Jonas nos mostra que o amor de Deus é maior do que tudo nessa vida. Amor a Jonas; amor a Nínive. Deus não descartou nem um; nem o outro. Jonas foi chamado para ser “sal”, e, mesmo tentando, não conseguiu burlar os propósitos de Deus para a sua vida, tampouco para a vida dos ninivitas. Ao povo de Deus, não resta opção: ser ou não ser “sal”, ser ou não ser “raça eleita para manifestar as virtudes de Deus”, isso não está em discussão, e quanto mais cedo aprendermos isso, quanto melhor, para nós mesmos e para o mundo. Devemos reagir adequadamente às mais variadas situações da vida. Jamais perderemos nossa propriedade de ser “sal”. Os dons de Deus são irrevogáveis: Romanos 11.28-29: “28Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas; 29porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. SOMOS O SAL DA TERRA, LOGO, DEIXEMOS QUE DEUS NOS USE COMO ELE QUER E DESEJA. PARTICIPEMOS DOS PLANOS DE DEUS, OBEDEÇAMOS A SUA VONTADE, E MANIFESTEMOS AS VIRTUDES DELE NA FACE DA TERRA. Sejamos jovens valorosos que fazem o seu melhor nestes piores dias e que são testemunhas de Cristo.

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