terça-feira, 30 de dezembro de 2008

pra vc...

Boi de Haxixe
Zeca Baleiro
Composição: Zeca Baleiro
Meu bem eu cheguei agoramais eu te peçotu não vá chorarPor favor, me dê a sua mãoEntra no meu cordãoVenha participarQuando piso em floresFlores de todas as coresVermelho sangue,verde-oliva,azul colonialMe dá vontade de voar sobre o planetaSem ter medo da caretaNa cara do temporalDesembainho a minha espada cintilanteCravejada de brilhantesPeixe-espada vou pro marO amor me veste com o terno da belezaE o saloon da naturezaAbre as portas preu dançarDiz o que tu quer que eu douSe tu quer que eu vá eu vouMeu bem meu bem-me-querTe dou meu pé meu nãoUm céu cheio de estrelasFeitas com caneta bic num papel de pão

esta é a declaraço de amor mais bela e inteligente que ja vi na minha vida...
e é pra vc minha linda...

sábado, 20 de dezembro de 2008

"Ao vencedor as batatas"




É tão bom regressar de viagem e saber que existe alguém que nos ama e nos espera. Desculpe-me a falta de educação meu caro leitor,chamo-me,chamo-me,bem não importa o meu nome,mais sim como fiquei conhecido pelo apelido carinhoso que me foi dado.Dom Casmurro,não pense você que recebi este epíteto por ser calado,sisudo,não pelo contrario isto eu não sou,recebi esta alcunha por causa da minha amada,que tinha os olhos de cigana obliqua e dissimulado,olhos de ressaca iguais aos da Capitu de Bento.
Enquanto mais perto chego da Veneza brasileira, mais ansioso fico por rever-lhe o sorriso, em toda a minha vida nunca vi um sorriso tão belo e formoso, cabe neste ponto lembrar ao leitor que isso aqui não é Romantismo para que se apagasse os defeitos, o fato é que não vem ao caso ressaltar-lhes agora,pois ante a beleza dos eu sorriso eles se dissipam,igual as trevas quando se acende a luz.Faltar-me-ia palavras para descreve-lhes o divinal som da sua voz,o prazer infindável que nos causa a sua companhia.Sou obrigado a concordar com Ricardo, Capitu sabe que brinca nos meus sonhos, Todo o tempo nos versos que componho, Capitu é tudo enfim que eu preciso ter

Todas as cartas de amor são ridículas

Todas as cartas de amor são ridículasTodas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras,
Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas.)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Memorias de uma Puta triste...



Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças (e de alguns adultos por precaução). Também não tem nada a ver com a crise brasileira diretamente,o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra.
Não agüento mais. Volto para a Adega’s. Vocês me perguntarão: 'O que é isso?' Bem, a Adega’s era o bar essencial situado no espaço-tempo entre Pasargada e Madagascar. A velha Adega’s fechou, mas continua aberta, flutuando dentro de minha cabeça. 'Ahh...isso é nostalgia sua...' — dirão os jovens se dissipando em raves — 'era um bar como qualquer outro...'
Não; não era. Havia alguma coisa rara naquele pequeno espaço decorado à inglesa, com uísques bons, ancorado numa esquina da história brasileira.
Lembro-me bem do que aconteceu no inicio do governo Lula,uma verdadeira comedia nacional (para não dizer uma catástrofe),parecia que o circo estava montado e que estávamos sentados no auditório esperando o próximo escândalo acontecer e não é que ele veio.
O engraçado e que cansei de ouvir que os deterministas do século XIX estavam errados,pois eles afirmavam que todos os acontecimentos inclusive vontades e escolhas humanas,eram causados por acontecimentos anteriores, ou seja, o homem é fruto direto do meio, logo, destituído de liberdade total de decidir e de influenciar nos fenômenos em que toma parte, existe liberdade , mas esta liberdade condicionada a natureza do evento em um determinado instante.Pois bem se isso não passa de mentira e todos sabemos muito bem o que é mentira,pois vivemos num pais em que plantando tudo se dá,porem dá pra poucos e a mentira reina como despota inculta e bela.Como contradizer a ordem clássica de nossos ancestrais degredados pela coroa portuguesa no seculo XV?Como podemos afirmar que o determinismo é uma doutrina falha se seguimos os passos de nossos primeiros pais a chegarem no Brasil la pelos ides de 1525?
Caso vocês não se lembrem,irei refresca-lhes a memória quando Portugal invadiu o Brasil,ele usou a escoria da sociedade para colonizar a colônia recém descoberta,são os famosos degredados políticos.O ilario é que estes que lá eram o que havia de pior no pais aqui eles se tornaram psudos-reis,pois casaram com as filhas dos caciques e quando os portugueses e europeus precisaram negociar com os tupiniquins imaginem que foram os diplomatas?A escoria degredada.
E sua presença em pontos estratégicos do litoral seria decisiva para os rumos do futuro pais,é Bueno sua profecia deu certo eles se tornaram os nossos lideres atuais e o futuro ou melhor presente do nosso pais tornou-se uma divina comedia,mas engraçada que a de Dante.
Porem como não acredito no determinismo e sou fã de Ana Carolina vou seguir o seu lema adaptado de Elisa Lucinda,vou sacanear e começo agora por que cansei de ter a minha confiança sendo posta a prova,vê-la esperando no cais É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.Procuro aonde estao os bons conselhos mais ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.' Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quizer, vai dar pra mudar o final!

Dia Nacional de Ação de Graças


A virtude da gratidão está em toda a Bíblia. É próprio das almas nobres agradecer sempre e por todas as coisas. O salmista exclama: “Bom é render graças ao Senhor...” E outra vez: “Entrai por suas portas com ações de graças...” (Sl 92.1 e 100.4). Assim, o render graças a Deus é tão antigo quanto a humanidade. Vem dos tempos bíblicos e reflete-se ao longo da história.
O costume do “Dia de Ação de Graças” vem dos Estados Unidos. Em 1620, saindo da Inglaterra, singra os mares o Mayflower, levando a bordo muitas famílias. São peregrinos puritanos que, fugindo da perseguição religiosa, vão buscar a terra da liberdade. Chegando ao continente americano, fundam treze colônias, semente e raiz dos Estados Unidos da América do Norte.
O primeiro ano foi doloroso e difícil para aquelas famílias. O frio e as feras eram fatores adversos. Não desanimaram. Todos tinham fé em Deus e nas suas promessas. Cortaram árvores, fizeram cabanas de madeira e semearam o solo, confiantes. Os nativos, conhecedores do lugar, ensinaram a melhorar a produção. E Deus os abençoou. No outono de 1621, tiveram uma colheita tão abençoada quanto abundante. Emocionados e sinceramente agradecidos, reuniram os melhores frutos, e convidaram os nativos para, juntos, celebrarem uma grande festa de louvor e gratidão a Deus. Nascia o Thanksgiving Day, celebrado até hoje nos Estados Unidos, na quarta quinta-feira de novembro, data estabelecida pelo presidente Franklin D. Roosevelt, em 1939, e aprovada pelo Congresso de 1941.
O embaixador brasileiro Joaquim Nabuco participando, em Washington, da celebração do Dia Nacional de Ação de Graças, falou em tom profético: “Eu quisera que toda a humanidade se unisse, num mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus”. Estas palavras moveram consciências no Brasil. No governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, o Congresso Nacional aprovou a Lei 781, que consagrava a última quinta-feira do mês de novembro como o Dia Nacional de Ação de Graças.
Porém, em 1966, o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco modificou esta Lei: não a última, mas a quarta quinta-feira do mês de novembro seria o Dia Nacional de Ação de Graças, para coincidir com esta celebração em outros países.
Hoje, são muitas as comunidades que, como num grande coro universal de gratidão a Deus, celebram o Dia Nacional de Ação de Graças, na quarta quinta-feira de novembro.
Em tudo e por tudo devemos dar graças a Deus!
Senhor, quando o Brasil te oferece ação de graças pelas bênçãos alcançadas, reconhecemos que somente em ti encontramos descanso quando cansados, consolo quando entristecidos, perdão quando errados, amor quando abatidos e coragem quando atemorizados. Senhor, resgata neste Dia Nacional de Ação de Graças o sentimento de gratidão em nós. Por Cristo. Amém!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008


A bandeira é, entre os símbolos da pátria, o de maior significado. Foi em 19 de novembro de 1889 que se deu a instituição da nossa Bandeira, conforme o Decreto nº4. A bandeira brasileira lembra a bandeira imperial, e esta, por sua vez, teve sua origem na bandeira colonial portuguesa.
Todo o bom cidadão ama a bandeira do seu país, pois sabe que ela é o símbolo da nossa liberdade, nossas tradições e nossa própria família.
A bandeira no Brasil tem na cor verde a representação de suas matas e florestas, na cor amarelo, o ouro e na cor azul o céu. As estrelas representam os Estados e o Distrito Federal.Projetada em 1889 por Raimundo Teixeira Mendes e por Miguel Lemos, a Bandeira Nacional foi desenhada por Décio Vilares. Ele se inspirou na bandeira do Império, que havia, por sua vez, sido desenhada pelo pintor francês Jean Debret.
A esfera azul, onde hoje aparece a divisa positivista "Ordem e Progresso", substituiu a antiga coroa imperial. Dentro da esfera estava representado o céu do Rio de Janeiro com a constelação do Cruzeiro do Sul, tal como apareceu às 8h30min do dia 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República. Mas, em 1992, uma lei modificou as estrelas da bandeira, para permitir que todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal fossem representados. Como símbolo da pátria, a bandeira nacional fica permanentemente hasteada na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Mesmo quando é substituída, o novo exemplar deve ser hasteado antes que a bandeira antiga seja arriada. O hasteamento e o arriamento podem ser feitos a qualquer hora do dia ou da noite, mas tradicionalmente a bandeira é hasteada às 8 horas e arriada às 18 horas. Quando permanece exposta durante a noite, ela deve ser iluminada. O Hino à Bandeira surgiu de um pedido feito pelo Prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, ao poeta Olavo Bilac para que compusesse um poema em homenagem à Bandeira, encarregando o professor Francisco Braga, da Escola Nacional de Música, de criar uma melodia apropriada à letra. Em 1906, o hino foi adotado pela prefeitura, passando, desde então, a ser cantado em todas as escolas do Rio de Janeiro. Aos poucos, sua execução estendeu-se às corporações militares e às demais unidades da Federação, transformando-se, extra-oficialmente, no Hino à Bandeira Nacional, conhecido de todos os brasileiros...

por todos os motivos que ano temos amos cantar com todo o orgulho o hino da nossa bandeira com todo o patriotismo....

Hino à Bandeira Nacional Letra: Olavo Bilac Música: Francisco Braga Salve, lindo pendão da esperança, Salve, símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil! Em teu seio formoso retratas Este céu de puríssimo azul, A verdura sem par destas matas, E o esplendor do Cruzeiro do Sul. Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil! Contemplando o teu vulto sagrado, Compreendemos o nosso dever; E o Brasil, por seus filhos amados, Poderoso e feliz há de ser. Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil! Sobre a imensa Nação Brasileira, Nos momentos de festa ou de dor, Paira sempre, sagrada bandeira, Pavilhão da Justiça e do Amor! Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil!

a sina de nossa vida-João Cabral de Melo Neto(uma reeleitura)


O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados, Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar alguns roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra.

—— Severino, retirante, deixe agora que lhe diga: eu não sei bem a resposta da pergunta que fazia, se não vale mais saltar fora da ponte e da vida nem conheço essa resposta, se quer mesmo que lhe diga é difícil defender, só com palavras, a vida, ainda mais quando ela é esta que vê, severina mas se responder não pude à pergunta que fazia, ela, a vida, a respondeu com sua presença viva.
E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida como a de há pouco, franzina mesmo quando é a explosão de uma vida severina.

SE a nossa sina é esta entao graças a Deus que ainda temos uma explossao pela frente este texto deve servir para a nossa reflexao ante aos problemas que enfretamos no Brasil que ano precisam ser enumerados mais....

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O que é célula-tronco ? 1AB


O que é célula-tronco ?
Quem responde é Mayana Zatz, professora titular de Genética, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano - Depto. de Biologia, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP)
- É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele).
Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmas.
Por causa destas duas capacidades, as células-tronco são objeto de intensas pesquisas hoje, pois poderiam no futuro funcionar como células substitutas em tecidos lesionados ou doentes, como nos casos de Alzheimer, Parkinson e doenças neuromusculares em geral, ou ainda no lugar de células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, como no caso de diabetes.
As células-tronco são classificadas como:
Totipotentes ou embrionárias - São as que conseguem se diferenciar em todos os 216 tecidos (inclusive a placenta e anexos embrionários) que formam o corpo humano.
Pluripotentes ou multipotentes - São as que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, menos placenta e anexos embrionários. Alguns trabalhos classificam as multipotentes como aquelas com capacidade de formar um número menor de tecidos do que as pluripotentes, enquanto outros acham que as duas definições são sinônimas.
Oligopotentes - Aquelas que conseguem diferenciar-se em poucos tecidos.
Unipotentes - As que conseguem diferenciar-se em um único tecido.
Quais as funções naturais das células-tronco no corpo humano?
Elas funcionam como células curingas, ou seja, teriam a função de ajudar no reparo de uma lesão. As células-tronco da medula óssea, especialmente, têm uma função importante: regenerar o sangue, porque as células sangüíneas se renovam constantemente.
Onde ficam as células-tronco?
As células-tronco totipotentes e pluripotentes (ou multipotentes) só são encontradas nos embriões.
As totipotentes são aquelas presentes nas primeiras fases da divisão, quando o embrião tem até 16 - 32 células (até três ou quatro dias de vida). As pluripotentes ou multipotentes surgem quando o embrião atinge a fase de blastocisto (a partir de 32 -64 células, aproximadamente a partir do 5.o dia de vida) - as células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa do blastocisto destinam-se a produzir a placenta e as membranas embrionárias.
As células-tronco oligopotentes ainda são objeto de pesquisas, mas podemos dizer como exemplo que são encontradas no trato intestinal.
As unipotentes estão presentes no tecido cerebral adulto e na próstata, por exemplo.
O que torna a célula-tronco capaz de formar um tecido ou outro?
A ordem ou comando que determina, durante o desenvolvimento do embrião humano, que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em um tecido específico, como fígado, osso, sangue etc, ainda é um mistério que está sendo objeto de inúmeras pesquisas.

Células-tronco: o que são e para que servem 1 AB

Biotecnologia
Terça, 15 de fevereiro de 2005, 10h00
Células-tronco: o que são e para que servem
Elas são de diversos tipos e um verdadeiro tesouro, pois podem originar outros tipos de células e promover a cura de diversas doenças como o câncer, o Mal de Alzeimer e cardiopatias. Estamos falando das células-tronco, foco de discussões entre cientistas, leigos e políticos.
O fato é que a legislação brasileira sobre pesquisas com células-tronco de embriões humanos, já aprovada no Congresso Nacional, permite o uso dessas células para qualquer fim. Mas a lei de Biossegurança aguarda aprovação na Câmara dos Deputados. E muita polêmica ainda pode surgir, já que a Igreja e outros grupos são contra a utilização de células-tronco embrionárias.
Para explicar o que é e para que serve a célula-tronco, entre outros temas, Alexandra Vieira, farmacêutica e bioquímica, pesquisadora da Fundação Zerbini/INCOR, em São Paulo, concedeu esta entrevista exclusiva ao Terra. Confira!
Terra: O que são células-tronco?
Alexandra: De forma bem simplificada, células-tronco são células primitivas, produzidas durante o desenvolvimento do organismo e que dão origem a outros tipos de células. Existem vários tipos de células-tronco: 1. Totipotentes - podem produzir todas as células embrionárias e extra embrionárias; 2. Pluripotentes - podem produzir todos os tipos celulares do embrião; 3. Multipotentes - podem produzir células de várias linhagens; 4. Oligopotentes - podem produzir células dentro de uma única linhagem e 5. Unipotentes - produzem somente um único tipo celular maduro. As células embrionárias são consideradas pluripotentes porque uma célula pode contribuir para formação de todas as células e tecidos no organismo.
Terra: Para que servem as células-tronco?
Alexandra: Uma das principais aplicações é produzir células e tecidos para terapias medicinais. Atualmente, órgãos e tecidos doados são freqüentemente usados para repor aqueles que estão doentes ou destruídos. Infelizmente, o número de pessoas que necessitam de um transplante excede muito o número de órgãos disponíveis para transplante. E as células pluripotentes oferecem a possibilidade de uma fonte de reposição de células e tecidos para tratar um grande número de doenças incluindo o Mal de Parkinson, Alzheimer, traumatismo da medula espinhal, infarto, queimaduras, doenças do coração, diabetes, osteoartrite e artrite reumatóide.
Terra: Onde as células-tronco podem ser encontradas?
Alexandra: Em embriões recém-fecundados (blastocistos), criados por fertilização in vitro - aqueles que não serão utilizados no tratamento da infertilidade (chamados embriões disponíveis) ou criados especificamente para pesquisa; embriões recém-fecundados criados por inserção do núcleo celular de uma célula adulta em um óvulo que teve seu núcleo removido - reposição de núcleo celular (denominado clonagem); células germinativas ou órgãos de fetos abortados; células sanguíneas de cordão umbilical no momento do nascimento; alguns tecidos adultos (tais como a medula óssea) e células maduras de tecido adulto reprogramadas para ter comportamento de células-tronco.
Terra: Qual é a diferença entre célula-tronco embrionária e célula tronco adulta?
Alexandra: Célula-tronco embrionária (pluripotente) são células primitivas (indiferenciadas) de embrião que têm potencial para se tornarem uma variedade de tipos celulares especializados de qualquer órgão ou tecido do organismo. Já a célula-tronco adulta (multipotente) é uma célula indiferenciada encontrada em um tecido diferenciado, que pode renovar-se e (com certa limitação) diferenciar-se para produzir o tipo de célula especializada do tecido do qual se origina.
Terra: Por que é bom armazenar o sangue do cordão umbilical da criança?
Alexandra: Porque no cordão umbilical se encontra um grande número de células-tronco hematopoiéticas, fundamentais no transplante de medula óssea. Se houver necessidade do transplante, essas células de cordão ficam imediatamente disponíveis e não há necessidade de localizar o doador compatível e submetê-lo à retirada da medula óssea.
Terra: As células-tronco podem ajudar na terapia de quais doenças? Como os tratamentos são feitos?
Alexandra: Algumas doenças que seriam beneficiadas com a utilização das células tronco embrionárias são: Câncer - para reconstrução dos tecidos; Doenças do coração - para reposição do tecido isquêmico com células cardíacas saudáveis e para o crescimento de novos vasos; Osteoporose - por repopular o osso com células novas e fortes; Doença de Parkinson - para reposição das células cerebrais produtoras de dopamina; Diabetes - para infundir o pâncreas com novas células produtoras de insulina; Cegueira - para repor as células da retina; Danos na medula espinhal - para reposição das células neurais da medula espinal; Doenças renais - para repor as células, tecidos ou mesmo o rim inteiro; Doenças hepáticas - para repor as células hepáticas ou o fígado todo; Esclerose lateral amiotrófica - para a geração de novo tecido neural ao longo da medula espinal e corpo; Doença de Alzheimer - células-tronco poderiam tornar-se parte da cura pela reposição e cura das células cerebrais; Distrofia muscular - para reposição de tecido muscular e possivelmente, carreando genes que promovam a cura; Osteoartrite - para ajudar o organismo a desenvolver nova cartilagem; Doença auto-imune - para repopular as células do sangue e do sistema imune; Doença pulmonar - para o crescimento de um novo tecido pulmonar.
Terra: Os tratamentos são muito caros?
Alexandra: Sim. Para se ter uma idéia dos valores seguidos nos Estados Unidos, coleta e processamento das células do cordão umbilical custam U$ 1.325 e a estocagem anual das células em nitrogênio líquido U$ 95 por ano. Terapia celular para doadores autólogos, isto é, que usam sua própria medula óssea como fonte de células-tronco, aproximadamente U$ 80 mil e, se for transplante celular alogênico, isto é, de células provenientes de um doador compatível que não ele próprio, de U$ 90 mil a US$ 150 mil. A procura por um doador compatível varia de U$ 7 mil a U$ 9 mil.
Terra: No Brasil, onde já se faz tratamentos com células-tronco?
Alexandra: Aqui, os tratamentos com células-tronco são feitos apenas em grandes centros de pesquisa, como os grandes hospitais e somente para pacientes que assinam um termo de consentimento e concordam em participar desses estudos clínicos.
Recentemente, o Ministério da Saúde aprovou um orçamento de R$ 13 milhões em três anos para a pesquisa das células-tronco da qual participam alguns grandes hospitais brasileiros como o Instituto do Coração - SP, Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras - RJ, entre outros. Serão estudadas as cardiopatias chagásicas (decorrente da doença da Chagas), o infarto agudo do miocárdio, a cardiomiopatia dilatada e a doença isquêmica crônica do coração.
Como a terapia utiliza células-tronco autólogas, o estudo não sofre influência da Lei de Biossegurança, recém-aprovada no Senado. Além dessa grande pesquisa, o Brasil está investindo em terapia com células-tronco voltada a outras doenças, como é o caso da distrofia muscular, esclerose múltipla, câncer, traumatismo de medula espinhal, diabetes etc.
Terra: Qual é o futuro da terapia com células-tronco?
Alexandra: Alguns objetivos que seriam alcançados com a utilização da terapia com as células-tronco são: Compreensão dos mecanismos de diferenciação e desenvolvimento; Identificação, isolamento e purificação dos diferentes tipos de células tronco adultas; Controle da diferenciação de células-tronco para tipos celulares alvo necessários para o tratamento das doenças; Conhecimento para desenvolver transplantes de células-tronco compatíveis; Nos transplantes de células-tronco: demonstração do controle apropriado do crescimento, bem como a obtenção do desenvolvimento e função de célula normal; Confirmação dos resultados bem-sucedidos dos animais em seres humanos.
Terra: Quais são os argumentos dos cientistas, do ponto de vista ético, para defender o uso das células-tronco?
Alexandra: 1. Células tronco embrionárias possuem o atributo da pluripotência, o que quer dizer que são capazes de originar qualquer tipo de célula do organismo, exceto a célula da placenta. 2. Sabe-se que 90% dos embriões gerados em clínicas de fertilização e que são inseridos em um útero, nas melhores condições, não geram vida. 3. Embriões de má qualidade, que não têm potencial de gerar uma vida, mantêm a capacidade de gerar linhagens de células-tronco embrionárias e, portanto, de gerar tecidos. 4. A certeza de que células-tronco embrionárias humanas podem produzir células e órgãos que são geneticamente idênticos ao paciente ampliaria a lista de pacientes elegíveis para tal terapia. 5. É ético deixar um paciente afetado por uma doença letal morrer para preservar um embrião cujo destino é o lixo? Ao utilizar células-tronco embrionárias para regenerar tecidos de um paciente não estaríamos criando uma vida?
Terra: Em quais países já é permitido usar células-tronco?
Alexandra: Inglaterra, Austrália, Canadá, China, Japão, Holanda, África do Sul, Alemanha e outros países da Europa.
Redação Terra

Histologia - Estudo dos Tecidos do Corpo

A histologia é a ciência que estuda os tecidos do corpo humano. Os tecidos são formados por grupos de células de forma e função semelhantes.

De forma simples podemos entender que a célula é a unidade fundamental do corpo, os tecidos são a associação de várias células semelhantes, os órgãos são a junção de vários tecidos que realizam uma determinada função, os sistemas são a união de vários órgãos (sistema nervoso, linfático, esquelético, respiratório, tegumentar, circulatório, etc) e que a união de todos os sistemas formam o organismo.Os tecidos de nosso corpo podem ser classificados em tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.O tecido epitelial apresenta como características: ausência de espaço entre as células, ausência de vascularização e grande capacidade de renovação celular. Sua função principal é proteger o corpo contra a penetração de microorganismos, substâncias químicas e agressões físicas.Ele se encontra recobrindo o corpo externamente (epiderme e córnea) e a superfície interna dos órgãos ocos como o estômago, ouvido, nariz, pulmão, boca, útero, bexiga, etc. Além disso, ele é o responsável pela formação de glândulas (fígado, pâncreas, glândulas salivares, etc).O tecido conjuntivo possui espaço entre as células, é ricamente vascularizado, possui baixa renovação celular e material intersticial (fibras colágenas, elásticas e reticulares), possui também o líquido intersticial (local de onde as células retiram seus nutrientes e depositam os seus resíduos).Entre suas várias funções, este tecido possui uma importantíssima: unir e separar órgãos ao mesmo tempo. Abaixo de todo tecido epitelial, deve haver, obrigatoriamente, um tecido conjuntivo.O tecido muscular possui células especializadas para a contração. Sua função é permitir o movimento, realizar a manutenção postural e a produção de calor. Ao contrário dos tecidos citados acima, este não possui renovação celular.O tecido nervoso é formado por células nervosas (neurônios) e também por células protetoras e de sustentação, chamadas neuroglias. Assim como ocorre no tecido muscular, este é formado por células que não se renovam.

histologia 1AB

Histologia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Uma secção de tecido pulmonar corado com hematoxilina e eosina. Esta pessoa sofre de enfisema.Histologia (do grego hydton = tecido + logos = estudo) é o estudo dos tecidos biológicos, sua formação, estrutura e função. É uma das disciplinas fundamentais dos cursos das áreas médica e biológica.
Tecido
Um tecido é um conjunto de células semelhantes e que desempenham a mesma função. Os tipos fundamentais de tecidos são: epitelial; conjuntivo; nervoso; muscular.

Tecido epitelial
Especializado em revestimento interno e externo do organismo, bem como constituir glândulas produtoras de secreções. Portanto, costuma-se falar em epitélio de revestimento e epitélio glândular.

Epitélio de revestimento
Tem como função revestir e proteger superfícies externas. Principal característica: as células epiteliais são extremamente unidas e aderidas umas às outras, o que faz com que esse tecido apresente grande resistência. Possuí desmossomos.

Classificação
Existem três tipos de epitélio:
1- Simples ou uniestratificado
Com uma camada de células e está relacionado com absorção/secreção.
2- Estratificado ou pluriestratificado
Com mais de uma camada de células e está relacionado com proteção.
3- Pseudo-estratificado
Possui apenas uma camada celular, dando a impressão de várias camadas, mas suas células têm tamanhos diferentes e suas posições estão invertidas alternadamente.

Especializações da membrana
São adaptações que as células do tecido epitelial simples desenvolveram para facilitar sua função.
Microvilosidades estão presentes no tecido epitelial, assim como os cílios.

Epitélio glandular
São os epitélios que formam as glândulas.
Glândula: conjunto de células especializadas em fabricar e eliminar secreções.

Tecido conjuntivo
Sua principal característica é possuir células variadas, com grande quantidade de material intercelular. Origina-se do mesoderma intra-embrionário.
O material extracelular é chamado substância intersticial ou substância fundamental amorfa ou matriz extracelular.

Classificação do tecido conjuntivo
Existem diferenças entre os tipos de células que constituem o tecido e também há diferenças no tipo de material extracelular que elas produzem. Como existem inúmeras diferenças nos padrões celulares, o tecido conjuntivo pode desempenhar funções diversas também: preenchimento, sustentação, transporte, armazenamento, reparação, defesa e nutrição.

Tecido muscular
Tem como função a movimentação, batimento cardíaco, pulsar de uma artéria, contração uterina e movimento peristático, entre outros. Sua principal característica é a presença de células alongadas e contráteis. Tem como fisiologia de contração a participação de microfibrilas protéicas. É de alto consumo energético, portanto são células com uma quantidade maior de mitocôndrias. Os tipos de tecido muscular são: estriado esquelético, estriado cardíaco e visceral liso.

Métodos de estudo dos tecidos biológicos
A observação de tecidos ao microscópio óptico é feita por transparência. É necessário que o tecido seja submetido a cortes finíssimos, através da sua inclusão num bloco de parafina, para ser cortado num micrótomo. Depois de cortado, retirada a parafina e colocado numa lâmina, o corte é fixado (para não se deteriorar) e corado. É comum a utilização de corantes que destacam determinadas partes das células (como o azul de metileno). Essas lâminas então podem ser finalmente observadas ao microscópio óptico. Esses métodos histológicos são geralmente utilizados para a observação de tecidos animais.
Os desenvolvimentos recentes na área da microscopia electrónica, a imunofluorescência e o corte por congelação permitiram um enorme avanço nesse ramo científico. Com essas novas técnicas, a aparência dos tecidos pode ser examinada, permitindo a comparação entre tecidos saudáveis e doentes, o que é bastante importante para a eficiência dos diagnósticos e prognósticos clínicos.

Subtipos
Todos os subtipos de tecidos são originados a partir desses tipos básicos (por exemplo, as células sangüíneas são classificadas como tecido conjuntivo, já que se originam na medula óssea).
Epitélio: no revestimento de glândulas, cavidades, pele e de alguns órgãos como o fígado, pulmão, e rins.
Endotélio: no revestimento de vasos sangüíneos e vasos linfáticos.
Mesotélio: no revestimento das cavidades pleural e pericárdica.
Mesênquima: nas células de preenchimento entre os órgãos, incluindo células de gordura, músculos, ossos, cartilagens e tendões.
Célula sanguínea: eritrócitos e leucócitos, incluindo aqueles encontrados na linfa e no baço.
Neurônio: qualquer uma das células condutoras do sistema nervoso.
Célula germinativa: células reprodutivas, como o espermatozóide no homem e o ovócito na mulher.
Placenta: um órgão característico de mamíferos verdadeiros durante a gravidez, unindo a mãe à sua prole.
Célula-tronco: células primitivas com a capacidade de se tornarem vários tipos de célula diferentes (diferenciação).

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Procura-se um amigo by vinicius de moraes

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
AusênciaEu deixarei que morraem mim o desejo de amar os teus olhos que são docesPorque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vidaE eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperadosPara que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoadaQue ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

reprodução 1ano bio

A reprodução assexuada ou vegetativa é aquela em que organismos vivos são capazes de se reproduzirem por si só, ou seja, não precisam do auxílio de outro indivíduo da mesma espécie.
Este processo pode ocorrer por divisão celular, por fragmentação ou por brotamento. A divisão celular ocorre nos seres unicelulares, quando uma célula deixa de existir, cedendo lugar a duas ou mais células.
Na fragmentação o organismo vivo divide-se em pedaços, e estas partes originam novos seres; isto ocorre em animais multicelulares (anêmonas-do-mar) e também com alguns vegetais, como, por exemplo, as algas. Já no brotamento são formados botões ou brotos em várias áreas do organismo, estes são capazes de se desenvolver dando origem a outros indivíduos completos.
Na espécie humana, a reprodução é sexuada, dependendo para tanto, da união de duas células: óvulo (feminino) e espermatozóide (masculino). Esse tipo de reprodução é o mais importante sob o ponto de vista evolutivo, pois reúne em um mesmo descendente (filho), fatores originários de dois indivíduos (pai e mãe).
O aparelho reprodutor masculino é constituído por: Testículos, Epidídimo, Canal deferente, Uretra, Pênis, Escroto, Vesícula seminal e Próstata.O sistema reprodutor feminino é formado por : ovários, trompas de falópio, útero, vagina e vulva.
Reprodução assexual (ou "assexuada") é um processo biológico pelo qual um organismo produz uma cópia geneticamente igual a si próprio, sem haver recombinação de material genético. O caso mais simples é o ato de plantar uma estaca de uma planta - estamos a "reproduzi-la" articifialmente. Ver também clonagem.
De fato, muitas espécies de plantas tem esta capacidade, sem necessidade da intervenção do homem: geram estolhos que criam raizes e depois se tornam independentes da "planta-mãe", ou simplesmente uma parte do talo ou do soma separa-se da planta-mãe e pode fixar-se noutro lugar, dando origem a uma nova planta. A este tipo de reprodução assexuada dá-se o nome de multiplicação vegetativa e, como exemplo, temos o morangueiro.
Muitos animais, como a hidra, também geram gomos na sua superfície externa que se podem desenvolver como novos indivíduos. Não confundir esta característica com a capacidade que têm alguns animais, como os lagartos e os caranguejos, de regenerar partes do seu corpo, como um membro ou parte da cauda que se perderam por acidente - não se trata de reprodução!
Muitas espécies de animais capazes de reprodução sexual também têm a capacidade de se reproduzir assexuadamente (ver partenogénese).
Algumas espermatófitas, em que a norma é a reprodução sexuada, podem igualmente produzir sementes sem que haja a fertilização dos óvulos, um processo conhecido por apomixia.
Nos organismos unicelulares, como as bactérias e as leveduras, a norma é a reprodução assexuada - fissão binária das células -, mas mesmo estas espécies têm necessidade de realizar reprodução sexuada, a fim de renovar o seu material genético.
A reprodução sexual ou "sexuada" implica a combinação de material genético (normalmente o DNA) de dois seres separados através da conjugação de duas células com cariogamia.
Esta definição engloba a "reprodução sexual" das bactérias, de muitos protistas e dos fungos, sem que haja a necessidade de definição de sexos. Também se chama este tipo a reprodução sexual indiferenciada.Nos restantes organismos vivos, a reprodução sexual assume formas diferentes, especialmente entre os animais e as plantas.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Deputado Ulysses Guimarães In Memorian....


Não é que JArbas VAsconcelos esta certo ao afirmar o que lemos abaixo,que saudade do grande Deputado Ulysses Guimarães ...

Grande figura humana, exemplo de comportamento de lutador e de espírito público e homem público da melhor qualidade, Paes de Andrade; o cidadão que vou homenagear, hoje, é um modelo de comportamento para todos nós. Alguém que faz falta nesta hora em que os valores da política, no Brasil, andam tão desgastados, tão ameaçados pela exuberância da mediocridade, nesta hora em que os pretensos fins de trabalhar pelo povo justificam os meios mais abjetos. Falo de Ulysses da Silveira Guimarães, que, se ainda estivesse entre nós, completaria 91 anos no próximo sábado. Quis o destino, no entanto, que ele desaparecesse no dia 12 de outubro de 1992, portanto, há quase uma década e meia, há 15 anos. São datas que temos a obrigação cívica de jamais deixar passar em branco, sob pena de caírem no esquecimento e virarem mera nota de rodapé nos livros de História. Não vou entrar em detalhes da vida de Dr. Ulysses, mas apenas abordar alguns pontos da sua longeva trajetória, alguns aspectos essenciais para quem pretende compreender o Brasil de hoje e também vislumbrar o Brasil que queremos para o futuro. Discordo de todos ¿ homens públicos ou não ¿ que não têm a dimensão da História e, deliberadamente, não reconhecem o esforço e o trabalho dos que lhe antecederam, daqueles responsáveis pelo legado do qual nos beneficiamos hoje. Doutor Ulysses foi um dos arquitetos deste Brasil democrático que aí está, do qual vejo tantos se vangloriarem tendo feito tão pouco. Sinceramente, sem menosprezar a História e a contribuição dada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rejeito e considero uma arrogância sem precedentes a expressão, tão repetida por ele, de que ¿nunca se fez tanto, antes, na história deste País¿. Faço esse contraponto para reforçar o que foi a figura emblemática de Ulysses da Silveira Guimarães. Em política, como na vida, figuras com poder de aglutinação e dignidade fazem a diferença. E esse papel foi exercido com excelência e vigorosa altivez por Ulysses Guimarães, no combate ao autoritarismo, na luta diuturna contra o regime de exceção. Um homem com atitude moral imponente, com firmeza de caráter e princípios de comportamento, que nos inspiram até hoje, num idealismo que recheava sua personalidade de uma generosidade política quase romântica. Sem Ulysses, não teríamos obtido êxito em resgatar a democracia das trevas da ditadura. Sem Ulysses, o MDB não teria estabelecido com tanta perfeição sua sintonia com a sociedade brasileira, tão aviltada que estava pelos abusos do regime autoritário. Dr. Ulysses vive, Srªs e Srs. Senadores. Dr. Ulysses vive na batalha diária que travamos para tornar este País um lugar melhor para se viver. Dr. Ulysses vive na determinação de enfrentar o governante de plantão, sem temer o poderio do adversário, sem se intimidar com as manobras típicas da arrogância e da prepotência. Dr. Ulysses vive na esperança de que o homem não se corrompa pelo poder, que não transforme em verdade a máxima de que os fins justificam os meios. Dr. Ulysses vive, ainda, na crença de que não se deve responsabilizar os outros por seus próprios erros. Não estamos falando de um ingênuo político, mas de alguém que confiava nas pessoas, sem talvez dimensionar a capacidade de desfaçatez dos oportunistas. Essa paixão liberal o levou a acreditar que a Constituição de 1988 criara todos os instrumentos necessários para varrer da face da Nação brasileira as cicatrizes profundas do autoritarismo, da exclusão e das injustiças seculares. A chamada Constituição Cidadã, batizada assim por seu Presidente Ulysses Guimarães, estabeleceu as condições para a estabilidade política, que gerou a estabilidade econômica e permitiu que o Brasil não mais vislumbre ameaças ao seu sistema político ¿ apesar dos sonhos ¿chavistas¿ de alguns segmentos da política nacional. Bem argumentou Dr. Ulysses, em 27 de julho de 1988: ¿A Constituição, com as correções que faremos, será a guardiã da governabilidade¿. Um otimista entusiasmado? Talvez. Mas um homem que amava o Brasil e seu povo. Sr. Presidente, se a Carta de 88 é imperfeita, é natural, até compreensível, como não é perfeita a nossa sociedade, como não é justa nossa distribuição de renda entre regiões, entre Estados, entre municípios, sequer, entre pequenas comunidades. O combate diuturno à injustiça social movia o otimismo do Dr. Ulysses Guimarães. Muito ainda precisa ser feito, e para que isso ocorra com sucesso precisamos absorver os princípios que levaram Ulysses Guimarães e outros líderes políticos a romper com o regime instalado no País em 1º de abril de 1964. Eles que, no primeiro momento, inclusive o Dr. Ulysses, apoiaram o movimento liderado pelos militares em processo de insubordinação. Ao perceberem, Srªs e Srs. Senadores, que o País caminhava não para uma democracia, mas para uma ditadura, tiveram a coragem cívica de procurar o caminho da oposição, estabelecendo, por meio do Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, as bases para que a democracia voltasse. Sob a liderança de Ulysses, o MDB se recusou a ser o Partido do ¿sim, senhor¿. Os emedebistas firmaram o ¿não, senhor¿, como disse aqui, num discurso anterior, ao abordar o papel da atual oposição, deixando claro que as coisas não funcionariam como o regime de exceção pretendia. Ulysses e o MDB foram a pedra na botina da ditadura. O MDB se transformou no canal legítimo de representação dos anseios populares. Ao optar por esse caminho, as críticas vieram de ambos os lados. Daqueles que respaldaram a escalada do autoritarismo. Questionamentos também surgiram também daqueles que achavam melhor recorrer à luta armada, sem dimensionar o inimigo que enfrentavam. No papel de oposição democrática em pleno autoritarismo, o MDB cumpriu sua missão, denunciando os ataques às liberdades civis, aos direitos fundamentais do homem, expondo a ditadura às contradições e fragilidades do regime. E essa luta tem na figura do Dr. Ulysses Guimarães a imagem que ficará na História, quer em discursos duros na Câmara dos Deputados ou nos palanques por este País afora, quer enfrentando cães, como na campanha como anticandidato à presidência da República, em 1973. Dr. Ulysses para os próximos; ¿¿Sr. Diretas¿¿ para os milhares de brasileiros que o identificaram com a luta para trazer a democracia de volta ao País. Que homem público do Brasil de hoje pode fazer jus à nobreza e à autoridade de Ulysses, que o distinguia dos demais, ao ser chamado de doutor, de senhor, sem o sintoma de arrogância e prepotência? Dr. Ulysses, como respeitosamente eu o chamava, foi um fenômeno da política brasileira no século XX, pois conseguiu atingir a dimensão de mito; obteve um prestígio singular e uma respeitabilidade venerável sem exercer sequer um mandato executivo. O Sr. Gerson Camata (PMDB ¿ ES) ¿ V. Exª me permite um aparte, Senador? O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Concedo o aparte a V. Exª. O Sr. Gerson Camata (PMDB ¿ ES) ¿ Ilustre Senador Jarbas Vasconcelos, ninguém melhor que V. Exª para esta saudação à memória do Dr. Ulysses. V. Exª foi seu fiel escudeiro tantas vezes, membro do diretório nacional do Dr. Ulysses tantas vezes, vice do diretório nacional junto com ele, além de ter se submetido tantas vezes a perseguições que rondaram as portas dos gabinetes e a família do Dr. Ulysses. O que devemos também admirar, e V. Exª proclama isso, é a grandeza do Dr. Ulysses nas bandeiras que colocava nas mãos de seus companheiros do PMDB, como a bandeira da anistia. Ninguém acreditava na anistia naquele período. O Dr. Ulysses levantou essa bandeira e a entregou aos membros do Partido, correu o Brasil inteiro, e a anistia se transformou em realidade, possibilitando que todos aqueles brasileiros que estavam fora do País, exilados, pudessem retornar e começar, então, a sua corrida rumo à democracia. Depois, a bandeira das Diretas Já. Naquela maravilhosa vitória do PMDB, conduzida por ele, em que fez a maioria dos governadores, sua primeira frase foi: ¿Os governadores eleitos pelo povo não poderão conviver com um ditador no Palácio do Planalto¿. E começa, então, a campanha das Diretas, com tremenda repercussão, mobilizando as ruas com os maiores comícios. Somente o Papa conseguiu reunir tanta gente quanto ele aqui no Brasil. Pois bem, depois, ele parte das Diretas Já, elege um presidente e, na sua grandeza, abriga até os adversários, porque o País estava acima da hegemonia do PMDB naquela conquista. Elege-se presidente o Dr. Tancredo Neves e, a seguir, assume o Dr. Sarney. Depois, ele proclama a Constituinte e se transforma, na verdade, na grande bandeira da Constituinte. Veja V. Exª como o nosso Partido, hoje, precisa de bandeiras. Nós não podemos nos entregar a participar do Governo somente em uma atitude fisiológica, o que talvez o Dr. Ulysses não aceitasse. Mas muitas bandeiras aí estão: a bandeira da reforma política, da reforma fiscal, da educação, da segurança, da saúde, tantas bandeiras que os peemedebistas poderiam brandir diante do Palácio do Planalto, dizendo: nós apoiaremos o Governo, mas queremos o Governo abraçando as bandeiras do PMDB, que são bandeiras do Brasil. Na hora da memória do Dr. Ulysses, não podemos esquecer os exemplos que ele deixou, que são exemplos de luz. Se essa luz se apagar, apaga-se o PMDB, apaga-se um pouco o Brasil. Parabéns a V. Exª pela maneira como, escudeiro fiel e companheiro, coloca a memória do Dr. Ulysses perante esta Casa e perante o Brasil. O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Muito obrigado, Senador Gerson Camata. Seu aparte tem conteúdo, dimensão, a presença do depoimento de quem viveu, de quem acompanhou as horas boas e as ruins do MDB e do PMDB, não só no seu Estado, Espírito Santo, mas em todo o País, naquelas grandes caravanas, naqueles grandes encontros, nos palanques, nos corredores, nas comissões. De forma que, afora sua generosidade para com o orador, incorporo, com muito gosto, o brilhante aparte de V. Exª. Dr. Ulysses, como respeitosamente o chamava, é um fenômeno da política brasileira no século XX, pois conseguiu atingir a dimensão de mito; obteve um prestígio singular e uma respeitabilidade venerável, sem exercer sequer um mandato executivo. Talvez tenha paralelo apenas na figura de Rui Barbosa, em retidão e ausência de experiência no exercício do Poder Executivo. Srªs e Srs. Senadores, Ulysses faz falta ao Brasil de hoje, especialmente nestes tempos em que a banalidade e a pequenez surgem como uma nuvem negra sobre a política nacional; nestes tempos em que o cinismo e a insolência ameaçam o exercício nobre da política; nestes tempos em que a descrença da sociedade assume proporções alarmantes, pondo em risco a própria crença na democracia, que lutamos tanto para restabelecer. Certa vez, Dr. Ulysses afirmou: ¿A grande força da democracia é se confessar falível de imperfeição e impureza, o que não acontece com os sistemas totalitários, que se autopromovem perfeitos e oniscientes, para que sejam irresponsáveis e onipotentes¿. Como arauto da liberdade, ele sabia que o sistema democrático não é perfeito, mas o homem ainda não criou algo melhor para substituí-lo. Democracia é o governo da maioria, mas suas regras visam a respeitar e a defender os direitos e a livre expressão das minorias. Srªs e Srs. Senadores, relembrar a figura de Ulysses Guimarães é fazer uma ode, um elogio ao exercício da Política, é destacar o que a democracia tem de melhor. Relembrar a figura de Ulysses Guimarães é homenagear, entre os vivos, entre os presentes, esta grande figura humana que o acompanhou até o dia da sua morte, com lealdade, com sensibilidade, com competência e com largueza de caráter, que é o nosso grande amigo Oswaldo Manicardi. (Palmas.) Relembrar Ulysses é estabelecer um núcleo de resistência aos devaneios de quem quer aproveitar as aberturas democráticas, para se perpetuar no poder. Bem disse ele, ao afirmar: ¿A estátua dos estadistas não é forjada pelo varejo da rotina ou pela fisiologia do cotidiano¿. Em discurso pronunciado em 11 de setembro de 1973, durante a VI Convenção Nacional do MDB, quando assumiu sua anticandidatura à Presidência da República, Dr. Ulysses falou algo que se encaixa com formidável perfeição no atual momento brasileiro: ¿A oposição dá ao Governo a mais alta, leal e eficiente das colaborações, a crítica e a fiscalização. A oposição oferece ao Governo o único caminho que conduz à verdade, à controvérsia, ao diálogo, ao debate, à independência para dizer ¿sim¿ ao bem e a coragem para dizer ¿não¿ ao mal¿. Hoje, às vésperas dos 15 anos do desaparecimento de Ulysses Guimarães, devo admitir que virar Governo fez mal ao PMDB, fez mal ao seu maior líder. E, verdade seja dita, da redemocratização até hoje, o PMDB sempre chegou ao poder federal por ¿porta de travessa¿, como diz a sabedoria popular. O outrora aguerrido MDB de Ulysses, de Alencar Furtado, de Egídio Ferreira Lima, de Lisâneas Maciel, de Mário Covas, de Freitas Nobre e de Teotônio Vilela se transforma hoje num satélite do Partido dos Trabalhadores. Logo o PT, que, no segundo turno das eleições presidenciais de 1989, rejeitou o apoio do Dr. Ulysses! Já naquela época, o nobre Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ensaiava o ¿nada sei, nada vi¿, pois posteriormente afirmou que o PT agiu equivocadamente, quando menosprezou o fato de Dr. Ulysses anunciar que votaria contra Fernando Collor. Sim, foi um erro, Senhor Presidente, mas era um mero indicativo da postura que adotaria, ao chegar à Presidência da República. De certa forma, Dr. Ulysses pagou um preço por sua combatividade e apaixonada intransigência. Derrotada a Emenda Dante de Oliveira, que previa eleição direta para a Presidência da República, o Sr. Diretas perdeu a chance de ser o primeiro Presidente civil do País pós-golpe militar de 1964 escolhido pelo povo. No Colégio Eleitoral, nos acordos de bastidores, Dr. Ulysses não tinha nenhuma chance. Por uma dessas ironias da política, Dr. Ulysses terminou incorporando o desgaste do PMDB no Governo Federal, nos Governos Estaduais ¿ mesmo sem ter exercido o cargo de Presidente da República ou de Governador. Srªs e Srs. Senadores, em 1996, o ainda presidenciável Lula afirmou que Dr. Ulysses era conservador, que não era moderno. Ironicamente, onze anos depois, o Governo Lula é considerado ¿ claro que a contragosto ¿ um exemplo mundial de conservadorismo econômico e mantém uma relação bastante ¿moderna¿ com as forças políticas da sua base no Congresso Nacional. Tamanha modernidade atendeu pelo nome de mensalão. As votações no Congresso Nacional estão-se transformando num vergonhoso e repugnante ¿balcão¿, no qual o Parlamentar vota com a proposta do Governo e logo recebe a liberação de verbas públicas. Com certeza, Dr. Ulysses rejeitaria esse ¿bom exemplo¿. Quis o destino que Ulysses Guimarães nunca tivesse o privilégio de governar os brasileiros, mas a sua imagem continua forte e presente. Para aqueles que conviveram com ele é essencial manter viva a chama acesa, há mais de 40 anos, quando, ao lado de um grupo pequeno e diversificado de lideranças políticas, reorganizou a oposição e impediu que a ditadura militar calasse a voz do Parlamento. Srªs e Srs. Senadores, falar de Ulysses Guimarães é reverenciar também o papel dos Deputados e dos Senadores, que poucas vezes se viram tão desgastados perante a sociedade. O nosso compromisso verdadeiro com a opinião pública, com os nossos eleitores, que também são contribuintes e usuários do serviço público, não se encerra no resultado das urnas. Enganam-se aqueles que ignoram e até menosprezam o papel da imprensa, da opinião pública, que se expressa, cada vez mais, por meio das novas tecnologias, em especial da Internet, instrumento democrático que começa a mudar a face da relação entre o político e o eleitor. Essa pressão, Srªs e Srs. Senadores, é essencial, quando vemos diversos agentes do movimento social completamente inertes, omissos, cooptados por generosas contribuições do Governo Federal, por meio de recursos públicos e espaços de poder. O Sr. Marconi Perillo (PSDB ¿ GO) ¿ Senador Jarbas, quando for possível, gostaria de apartear V. Exª. O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Concederei ao Senador Eduardo Suplicy, que pediu primeiro, em seguida, com muita honra, ouço V. Exª. Pois não, nobre Senador Suplicy. O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT ¿ SP) ¿ Senador Jarbas Vasconcelos, eu havia me inscrito para falar, mas acredito que melhor homenagem eu farei no diálogo com V. Exª, em seu extraordinário discurso, que nos lembra a figura notável de Ulysses Guimarães. Quero dizer que para mim ele foi como um professor, quando, em 1976, 1977, 1978, me disseram: Olha, defenda suas idéias no parlamento, essas que você está escrevendo na imprensa. Então procurei algumas pessoas para perguntar o que era ser um parlamentar, um deputado, e dentre as principais pessoas com quem conversei estavam Franco Montoro, Fernando Henrique e Ulysses Guimarães. Eu até disse a ele que estava pensando o que seria melhor, se começar por Deputado Estadual ou Deputado Federal. E ele me disse: ¿ Olha, você como economista, é melhor ir já para ser deputado federal. Mas, por algumas circunstâncias, preferi começar lá na Assembléia Legislativa. Certo dia, tive um almoço com ele, com Fernando Henrique Cardoso, Pacheco Chaves, que era um amigo-irmão de Ulysses Guimarães. E contei a ele episódios que ouvi que tinham ocorrido na Assembléia Legislativa e que tinham me causado tanta indignação, de maneira semelhante àquela que por vezes leva V. Exª a aqui falar, com muita assertividade e indignação, sobre problemas que ocorrem no Congresso, como os contidos em seus pronunciamentos. Mas tinha ocorrido ali uma situação, e ele me disse: ¿ Olha, Eduardo, naquela hora, você tinha que ter subido à mesa e falado, porque, agora, ¿Inês é morta¿, não adianta mais. Eu poderia aqui citar tantas vezes em que com ele dialoguei, mas também quando o ouvi nos extraordinários comícios das ¿Diretas Já¿, a sua palavra me soava como uma luz de ensinamento importante. V. Exª registrou algo que muitas vezes ouvi do próprio Presidente Lula: ¿ Ah! Foi um erro, deveríamos ter aceito a união com Ulysses Guimarães naquele momento das eleições de 1989. Ele próprio avaliou que tanto ele como o Partido dos Trabalhadores cometeram um erro ali. Penso que foi muito merecida a sua menção ao Sr. Oswaldo Manicardi, aqui presente, e que tantas vezes eu mesmo ouvi, ao lado de Ulysses Guimarães, e sobretudo em São Paulo, mas por todos os lugares do Brasil e aqui no Congresso. Permita-me acrescentar, na sua homenagem, que eu também fui testemunha de uma amizade muito importante que Ulysses e a sua senhora, Mora, tiveram com Severo Gomes e esposa. Os quatro se foram em um desastre há 15 anos, em 12 de outubro, no litoral paulista, entre Ubatuba e Parati. Foi até muito difícil encontrar os corpos. Encontraram os corpos de Dona Mora e de Dona Henriqueta, esposa de Severo Gomes, mas, por alguma manobra do destino, Ulysses Guimarães permaneceu no fundo do mar. Parabéns! O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Acolho com muita... O Sr. Heráclito Fortes (DEM ¿ PI) ¿ Senador Jarbas, eu queria pedir permissão a V. Exª para sugerir a V. Exª, Sr. Presidente, que convide para compor a Mesa o Dr. Oswaldo Manicardi, representante da família Ulysses Guimarães. O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB ¿ AL) ¿ Eu queria, com muita satisfação, pedindo permissão ao orador que está na tribuna, Senador Jarbas Vasconcelos, convidar para compor a Mesa, em nome dos amigos leais do Dr. Ulysses Guimarães, o Dr. Oswaldo Manicardi. (Palmas!) Vejo aqui o Sr. Marco Aurélio, vejo aqui a Dona Marilda. É uma honra muito grande contarmos com sua presença nesta mesa. Perdão pela interrupção, Senador Jarbas. Como depois pretendo convidar V. Exª para presidir a sessão, V. Exª que era um dos melhores amigos de Dr. Ulysses Guimarães. O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Quero agradecer mais uma vez a sua autenticidade, Senador Eduardo Suplicy, a sua maneira de fazer política, e o seu depoimento revela isso. V. Exª, que aqui tem sido um exemplo de homem público, reconhece todas essas falhas e virtudes do processo político nacional e dá um comovido depoimento sobre a presença de Ulysses, estendendo inclusive a Severo Gomes, com muita justiça, aos familiares de Dr. Ulysses. Muito obrigado mais uma vez pelo aparte de V. Exª. Enganam-se aqueles que ignoram e até menosprezam o papel da imprensa, da opinião pública que se expressa, cada vez mais, por meio das novas tecnologias, em especial da Internet. Essa pressão, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, é essencial quando vemos diversos agentes do movimento social completamente inertes, omissos, cooptados por generosas contribuições do Governo Federal por meio de recursos públicos e espaços de poder. Em tempos de cobranças de um comportamento ético na política, como nos episódios recentes pelos quais passou esta Casa, a história de Dr. Ulysses nos dá também um exemplo de que, na maioria das vezes, é preferível perder com a causa certa do que estar ao lado dos vencedores do momento. Encerrando, Srªs e Srs. Senadores, certa feita eu vi, acho que foi uma das últimas falas de Dr. Ulysses, ou se talvez depois da Constituinte, não consigo detectar o momento exato, o Dr. Ulysses cunhou uma frase que ficou muito conhecida, quando ele discorria sobre a ditadura, sobre o regime ditatorial, o regime de força, o regime de exceção, e cunhou uma frase que, naquele momento, significava muito, porque ainda estavam na memória dos brasileiros as seqüelas e as conseqüências da ditadura. O Dr. Ulysses disse: ¿Eu tenho nojo da ditadura¿. Eu apenas acrescentaria hoje: eu tenho nojo da ditadura, da mediocridade e da arrogância. Muito obrigado. O Sr. Marconi Perillo (PSDB ¿ GO) ¿ Senador Jarbas, um aparte antes de V. Exª encerrar. O Sr. Heráclito Fortes (DEM ¿ PI) ¿ Senador Jarbas, o pronunciamento na data da promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988. O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Obrigado pelo socorro. Desculpe-me, ouço V. Exª, Senador Marconi Perillo. O Sr. Marconi Perillo (PSDB ¿ GO) ¿ Senador Jarbas, insisto em apartear V. Exª, porque a minha história está intimamente ligada à história de V. Exª, à história do Dr. Ulysses Guimarães. Há cerca de dezesseis, dezessete anos, eu era empossado Presidente Nacional da Juventude do PMDB por suas mãos e pelas mãos do Dr. Ulysses Guimarães. Eu estava inscrito para falar representando a Liderança do PSDB, mas vejo que existem muitos oradores a minha frente. Eu pediria a paciência de V. Exª e dos ilustres integrantes da Mesa para, rapidamente, fazer aqui algumas considerações. Cumprimento o Presidente Renan, Presidente Paes, Presidente Michel, Dr. Oswaldo, Henrique e todos os familiares do homenageado. Gostaria de lembrar aqui alguns trechos de um discurso célebre, pelo menos para mim, feito pelo Dr. Ulysses, discurso que ele intitulou ¿Oração do Adeus¿, feito quando ele saiu da presidência do PMDB e a transferiu a Orestes Quércia. Ele fez esse discurso na Câmara dos Deputados, e eu era um dos mais entusiasmados militantes presentes. Quero lembrar aqui alguns pequenos trechos desse discurso. O Dr. Ulysses, todos nós sabemos, foi um grande agente da luta libertária, cobrava dela apenas o preço da própria liberdade e, sempre que podia, lembrava dos companheiros mortos no campo de batalha. Nesse dia, no discurso ¿Oração do Adeus¿, asseverou:
Os nossos mortos levantem de seus túmulos, venham aqui e agora testemunhar que os sobreviventes da invicta nação peemedebista não são uma raça de poltrões, de vendidos, de alugados e traidores. Venham todos. Venham os mortos de morte morrida, simbolizados em Juscelino Kubitscheck, Teotônio Vilela, Tancredo Neves. Venham os mortos de morte matada, encarnados no Deputado Rubem Paiva, o político; Vladimir Herzog, o comunicador; Santo Dias, o operário; Margarida Alves, a camponesa. Em outra parte, prezadíssimo e honrado Senador Jarbas Vasconcelos, ele asseverava:
Quando as elites políticas pensam apenas na sobrevivência do poder oligárquico, colocam em risco a soberania nacional. A governabilidade está no social. A fome, a miséria, a ignorância, a doença inassistida são ingovernáveis. O Estado de Direito, consectário da igualdade, não pode conviver com o estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria .
Na finalização dos trabalhos da Constituinte, ele também disse: Ela não é a Constituição das mansões nem a dos poderosos, é uma Constituição com cheiro de povo, cor de povo, gosto de povo e cara de povo¿. Pensando nesse discurso que tanto me emociona até hoje, a ¿Oração do Adeus¿, acabei escrevendo, há quinze anos, um pronunciamento que transformei em artigo quando ainda era Deputado Estadual ¿ já tinha saído do PMDB, mas fiz questão de homenagear Dr. Ulysses. Nesse meu discurso, caro Paes de Andrade, me lembrava de uma passagem do Dr. Ulysses no final de sua ¿Oração do Adeus¿. Ele dizia:
Permitam que agora fale de mim. Já fiz discursos com amor e com cólera. Com cólera, não com raiva. Em política, raiva, só fingida ou combinada. Esse discurso eu escrevi com o coração e o leio com os olhos úmidos. Na política, mais difícil do que subir é descer. É descer não carregando o fardo pobre e fétido da vergonha. Descer desmoralizado pela covardia. Não descer com as mãos esvaziadas pela preguiça e pela impostura. Não descer esverdeado pelas cólicas de inveja dos que nos emulam, nos sucedem ou nos superam. Não descer com a alma apodrecida pelo carcinoma do ressentimento. Vou livre como o vento, transparente e cantando como a fonte. Desço. Vou para a planície, mas não vou para casa. Vou morrer fardado, não de pijama. Política se faz na rua ou com a rua. Vou para a rua, porque o governo desgoverna a rua.
Neste mesmo discurso, Senador Jarbas, batizado de ¿Oração do Adeus¿, Ulysses prestava uma homenagem àquela que durante tantos anos foi seu escudo e seu exílio, sua confessora e sua inspiração, aquela a quem o destino o uniu na eternidade. Referindo-se a dona Mora, disse:
Desta tribuna mando um beijo a Mora. Beijo de amor e gratidão. Tantas vezes saí de casa, podendo não voltar. Muitos não voltaram. Não saía dividido entre a família e o ideal. Saía por inteiro. Porque nunca vi lágrimas nos olhos, nem lamúrias ou apelos de prudência nos lábios de Mora. Repetidas vezes, quando chega a prudência, desaparece a coragem.
Foi a lição final do Mestre da minha geração e do homem do meu tempo. A Ulysses, as honras não são de chefe de Estado, que são pequenas para ele, mas de chefe de um povo, que como Moisés guiou-o sem medo e sem ódio e ao perdê-lo, perde o referencial de grande parte de sua história, que seria outra, com certeza muito pior para o povo sem a participação corajosa e destemida de Ulysses Silveira Guimarães. Muito obrigado a V. Exª. (Palmas.) O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Agradeço a V. Exª. Senador Renato. O Sr. Renato Casagrande (Bloco/PSB ¿ ES) ¿ Sr. Senador Jarbas Vasconcelos, eu farei um aparte muito rapidamente para que eu possa prestar a minha homenagem ao Dr. Ulysses. Não tive a oportunidade de conviver com ele, não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, mas tive a oportunidade de observá-lo e acompanhar o seu trabalho. No período de sua atividade mais intensa, eu estava na universidade, fazendo curso universitário em Viçosa, Minas Gerais, acompanhando, no movimento estudantil, o processo de reabertura política. Ulysses Guimarães foi o líder e o político mais resistente, mais determinado no enfrentamento à ditadura militar, na luta pela redemocratização brasileira. Se hoje nós temos a segurança de um país que caminha firme no aperfeiçoamento de suas instituições, devemos muito a Ulysses, não só a ele, mas devemos muito a ele. Ele foi o engenheiro construtor que pavimentou a estrada da redemocratização brasileira. As nossas homenagens a ele são sinceras por tudo o que fez, por sua determinação, por sua coragem. Muitos não tinham a coragem de fazer o enfrentamento político naquele momento, ele teve a coragem de fazer o enfrentamento político e de ser uma referência ¿ nossa crise é de referência. Temos boas referências, que são fundamentais para que possamos seguir com dignidade na vida pública, para que possamos dar exemplos. Essa homenagem serve para fortalecermos uma referência e um símbolo para o nosso País. Obrigado, Senador. O SR. JARBAS VASCONCELOS (PMDB ¿ PE) ¿ Obrigado. Daí, Senador Renato Casagrande, a necessidade imperiosa de se homenagear um homem público como o Dr. Ulysses, exemplo de vida, de combatividade, de coragem, de ética e de moral num país carente de tantas coisas, sobretudo de luta pelo caminho certo, de luta para restaurar a dignidade, de luta para corrigir erros e distorções, comprometimentos de governo. O Dr. Ulysses faz falta, muita falta, sobretudo neste momento de grande mediocridade nacional. Muito obrigado. (Palmas.)
Fontes:
Secretaria-Geral da Mesa - Secretaria de Taquigrafia Secretaria de Informação e Documentação - Subsecretaria de Informações Dúvidas, reclamações e informações: SSINF - Subsecretaria de Informações (3311-3325, 3311-3572)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

so pra sacanear...

No ultimo dia 05 de outubro completei 77 anos, por coincidência o mesmo dia que foi promulgada a constituição cidadã, dos quais 50 vividos no Brasil terra caliente e de povo varonil e conversando com um amigo ele perguntou-me quando escreveria meu epitáfio, pois todo intelectual velho o tinha feito e eu não poderia ser diferente, respondei que nunca havia pensado em escrever um, porem agora pensaria melhor no caso, hoje de frente para este PC. Em 77 anos vi muita coisa acontecer vi ditadores subirem e descerem do poder vi poderosos serem presos e julgados como cidadões comuns, Vi o que parecia ser a salvação se tornar o pior problema da nação, vi alguém lutar por três mandatos presidenciais por uma ideologia e ao alcançar o poder alterar as suas convicções, vi o placar do e votação do senado ser alterado, e senadores afirmarem ser isso normal, vi muita corrupção pelo país, então na frente deste PC ao escrever meu epitáfio, percebo que ainda quero viver mais 50 anos e não escreverei um epitáfio,mais copiarei o lema de Ana Carolina na sua musica só pra sacanear ,farei dela minha arma diária Meu coração está aos pulos!Quantas vezes minha esperança será posta à prova?Por quantas provas terá ela que passar?Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração ta no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
“- Não roubarás”!
- Devolva o lápis do coleguinha!""
- Esse apontador não é seu, meu filho!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
-Mais honesto ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: La Viega “- Deixa de ser bobo, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.
E eu vou dizer:- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão:- É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.
E eu direi: " - Não admito! Minha esperança é imortal!"
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.
Se esperavam um epitáfio lhes dou uma razão pra viver...

sábado, 18 de outubro de 2008

Orgulho de Pernambuco...


Muita gente afirma que o pernambucano tem mania de grandeza. Gostamos de dizer, entre outras coisas, que temos a maior avenida em linha reta da América Latina: a Avenida Caxangá, no Recife, para quem não sabe. Dizemos também que temos o maior bloco carnavalesco do planeta, o mundialmente conhecido Galo da Madrugada. São muitos os exemplos dessa fixação pela grandiosidade, pelo maior, pelo mais expressivo, pelo superlativo. Trata-se de uma característica do imaginário popular do meu Estado natal, que se estende a todas as áreas da produção humana, da política, da cultura, da economia. Mas discordo dos que dizem que Pernambuco tem mania de grandeza. A verdade é uma só: Pernambuco é grande. Grande na sua história; grande na sua cultura; grande nos seus sonhos; grande no seu povo; grande na sua criatividade e diversidade. É para ter orgulho possuir uma história repleta de personagens como Frei Caneca, General Abreu e Lima, Joaquim Nabuco, Manuel Bandeira, Gilberto Freire, João Cabral de Melo Neto, Josué de Castro, Paulo Freyre, Joaquim Cardozo, Luiz Gonzaga, Mestre Vitalino, Cícero Dias, Vicente do Rego Monteiro, entre tantas outras referências de dimensão universal. É isso que leva os pernambucanos a buscarem sempre a vantagem em todas as áreas do conhecimento humano. Comcordo plenamento com as suas palavras meu caro Senador JArbas e como todo bom pernambucado devemos nos orgular pela nossa terra masi acima de tudo lutar como os nossos antepassados lutaram para conquistarmos um pais melhor e que o nosso hino nao seja mais um mais sim a verdadeira expresao de quem ama a sua terra...
Hino de Pernambuco
Alceu Valença
Composição: Oscar Brandão da Rocha
Coração do Brasil! em teu seioCorre sangue de heróis - rubro veioQue há de sempre o valor traduzirÉs a fonte da vida e da históriaDesse povo coberto de glória,O primeiro, talvez, no porvir.REFRÃO"Salve! Ó terra dos altos coqueiros!De belezas soberbo estendal!Nova Roma de bravos guerreirosPernambuco, imortal! Imortal!"Esses montes e vales e rios,Proclamando o valor de teus brios,Reproduzem batalhas cruéis.No presente és a guarda avançada,Sentinela indormida e sagradaQue defende da Pátria os lauréis.REFRÃODo futuro és a crença, a esperança,Desse povo que altivo descansaComo o atleta depois de lutar...No passado o teu nome era um mito,Era o sol a brilhar no infinitoEra a glória na terra a brilhar!REFRÃOA República é filha de Olinda,Alva estrela que fulge e não findaDe esplender com seus raios de luz.Liberdade! Um teu filho proclama!Dos escravos o peito se inflamaAnte o Sol dessa terra da Cruz!"REFRÃO(2X)

o grito dos severinos...


cansei de so ver e nao falar agora eu vou gritar...
Um país que crianças eliminaQue não ouve o clamor dos esquecidosOnde nunca os humildes são ouvidosE uma elite sem Deus é quem dominaQue permite um estupro me cada esquinaE a certeza da dúvida infelizOnde quem tem razão baixa a cervizE massacram-se o negro e a mulherPode ser o país de quem quiserMas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveisPor ausência de códigos corretosCom quarenta milhões de analfabetosE maior multidão de miseráveisUm país onde os homens confiáveisNão têm voz, não têm vez, nem diretrizMas corruptos têm voz e vez e bisE o respaldo de estímulo em comumPode ser o país de qualquer umMas não é, com certeza, o meu país
Um país que perdeu a identidadeSepultou o idioma portuguêsAprendeu a falar pornofonêsAderindo à global vulgaridadeUm país que não tem capacidadeDe saber o que pensa e o que dizQue não pode esconder a cicatrizDe um povo de bem que vive malPode ser o país do carnavalMas não é, com certeza, o meu país
Um país que seus índios discriminaE as ciências e as artes não respeitaUm país que ainda morre de maleitaPor atraso geral da medicinaUm país onde a escola não ensinaE hospital não dispõe de raios XOnde a gente dos morros é felizSe tem água de chuva e luz do solPode ser o país do futebolMas não é, com certeza, o meu país
Um país que é doente e não se curaQuer ficar sempre no terceiro mundoQue do poço fatal chegou ao fundoSem saber emergir da noite escuraUm país que engoliu a composturaAtendendo a políticos sutisQue dividem o Brasil em mil brasisPrá melhor assaltar de ponta a pontaPode ser o país do faz-de-contaMas não é, com certeza, o meu país.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

idas e vindas parte 3


Bem se você tem uma amiga que repara na sua vida, você vai entender porque eu estou postando NE Bianca e Jaqueline? Como Jaqueline me disse em alto e bom som no metrô, tira a trave do teu olho pra tirar o argueiro do meu, então vamos La pra mais uma bela historia da crise econômica La em NazaCit..
Num mundo globalizado como o que vivemos as causas de uma crise econômica podem ser incontáveis. Mário Covas já dizia que, no mundo de hoje, se lá no Japão alguém der um espirro, nós aqui no Brasil, dizemos "saúde". Tudo é muito instável e frágil, veja, agora é o problema da possível guerra com o Iraque, aqui no Brasil, o fato de Lula demorar para divulgar seu ministério faz o dólar subir. Muitos e variados fatores podem ocasionar uma crise econômica, a exemplo do que aconteceu, por exemplo, nos países asiáticos, na Rússia, no México, no Brasil, e mais recentemente, na Argentina. Cada caso é um caso.Tudo que refere a economia, principalmente à macroeconomia, é complicada, por culpa dos próprios economistas, e torna-se difícil e temerária qualquer explicação. Vou lhe mandar uma opinião, mas desde já lhe digo, no caso em que você pergunta, as causas são tantos e remotas... Vão desde da incompetência de governos, corrupção, política, interesses ocultos etc ...
Dentro desta perspectiva é que devemos ficar de olho nas finanças especialmente quem possui conta nos bancos públicos e pequenos bancos privados,nossa historia começa num belo dia de quinta feira muito semelhante aquele de 15 anos atrás nos EUA,mais tudo bem,eu tinha quer ir ao banco ficar de olho na capitalização e levei uma pessoa muito especial comigo,demoramos um pouco La,quando ela chegou na aula a professora estava concluído a aula e Bianca que não deixa nada passar veio me perguntar aonde estávamos para que ela tivesse perdido a aula e ter chegado tão de mansinho,respondi o que relatei a cima,a historia poderia ter terminado ai se ela tivesse acreditado,bem como a caixa econômica de NAZARÉ é muito tranqüila,tem cadeiras confortáveis de sobra,tem uma pracinha com plantas e tudo dentro do banco,café,água,biscoito e chá,quem diria que em meio a crise eu iria namorar em um lugar tão agradável assim, bem foi muito bom tirando as dificuldades para entrar no banco a nossa permanência foi tranqüila, bem meu caro leitor fica a sua disposição em quem acreditar se na primeira versão ou na que Bia quer....
Xau

terça-feira, 14 de outubro de 2008

quem sou eu?

Pediram-me para me definir, não interessa agora por que nem quando. O que eu respondi foi:
Observa e conhece o meu pai, a minha mãe, as minhas avós, o meu avô. Pára para imaginar situações e experiências que já vivi, em relativamente pouco tempo. Depois de absorveres toda essa informação, vira-te agora para quem me rodeia, para os meus mais próximos amigos, para todos os namoros que já tive para aquelas pessoas que "conheço", sem ter falado mais do que duas vezes com elas. Toma um pouco do teu tempo para visitares a minha casa, o meu bairro, a minha escola, a casa das minhas avós. Permanece uma semana em cada um desses locais, compreende o seu ambiente! Depois de teres recebido todos estes fatores, aprende a rir-te todos os dias, o dia inteiro! Aprende a sentir o coração apertado quando vês uma criança na rua a chorar; aprende a esboçar um enorme sorriso ao veres um bebê a sorrir quando te vê, aprende a aceitar um corpo cheio de defeitos e aprende a ultrapassá-los todos com uma enorme gargalhada! Aprende a rires-te de ti mesmo. Parte o coco a rir quando te vês ao espelho! Ama! Sofre calado, conservando tudo para ti, até chegares a um ponto de rutura e aí comete o erro de descarregares em quem menos merece e de quem mais gostas! Cai, mas aprende a levantar-te, sacudir a poeira e a continuar em frente de cabeça levanta, aprendendo que se calhar é melhor olhar para onde vais! Apaixona-te pelo que fazes, e sê o mais crítico de todos quando se trata do teu próprio trabalho! Enamora-te pelo teatro e pela escrita e, principalmente, seja sonhador! Sonha o mais alto possível. Alto demais até para ti próprio porque só assim irás mais longe!Depois de teres feito isto tudo que te disse talvez já compreendas um terço da imensa confusão e complexidade que sou interiormente. Mas se não tiveres aprendido, simplesmente a sorrir ao ouvires uma música antiga; a sorrir ao veres o pôr-do-sol da tua janela. Se não aprenderes a dar um enorme valor à tua família e aos teus amigos mais próximos. Aí estarás muito longe da definição que me pediste!