quinta-feira, 2 de junho de 2011

"Ser cristão não é um traje que se veste de forma privada"


Em uma sociedade como a de hoje, frequentemente marcada pela secularização, a Igreja tem o dever de oferecer aos homens e mulheres "um renovado anúncio de esperança". O termo ‘nova evangelização' recorda a exigência de uma renovada modalidade de anúncio, sobretudo para aqueles que vivem em um contexto, como o atual, em que os desenvolvimentos da secularização têm deixado pesadas marcas também em países de tradição cristã. Neste momento da história a Igreja está chamada a realizar uma nova evangelização quer dizer intensificar a ação missionária para corresponder plenamente ao mandato do Senhor.

No atual contexto a crise que se vive leva consigo os traços da exclusão de Deus da vida das pessoas e de uma generalizada indiferença em relação à fé cristã, indo até a tentativa de marginalizá-la da vida pública. Assiste-se ao drama da fragmentação, que não consente em ter uma referência de união; ademais, verifica-se frequentemente o fenômeno de pessoas que desejam pertencer à Igreja, mas que são fortemente influenciadas por uma visão da vida que contrasta com a fé. Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, parece ser hoje mais complexo que no passado; mas nosso dever é idêntico, como no alvorecer de nossa história. A missão não mudou, assim como não devem mudar o entusiasmo e a valentia que impulsionaram os Apóstolos e os primeiros discípulos.

O Espírito Santo que os alentou a abrir as portas do cenáculo, tornando-os Evangelizadores, é o mesmo Espírito que move hoje a Igreja em um renovado anúncio de esperança aos homens de nosso tempo.

A nova evangelização deverá encarregar-se de encontrar os caminhos para tornar mais eficaz o anúncio da salvação, sem o qual a existência pessoal permanece em sua contradição e privada do essencial. Também em quem permanece o laço com as raízes cristãs, mas vive a difícil relação com a modernidade, é importante fazer compreender que o ser cristão não é uma espécie de traje que se veste de forma privada ou em ocasiões particulares, mas algo vivo e integral, capaz de assumir tudo que há de bom na modernidade. Será, pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de qualquer coisa, evangelizar este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus, testemunho de Cristo, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade.

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